O fantasma do Central
Por volta de 1930, num bairro chamado Central, em Morretes, surgiu á notícia de que um "fantasma" andava aparecendo, esgueirando-se pelas casas, altas horas da noite. Era um vulto branco, rápido, aparecia e sumia. Uns diziam que era brilhante, outros prateado. O medo se espalhou! Muita gente que eventualmente se arriscava a dar uma espiada nas janelas, especialmente em noites sem luar, juravam terem visto o "fantasma", uns até que o bicho cuspia fogo.
Outros, nem mais se arriscavam a sair de casa á noite. A criançada então, dormia cedo de medo do "fantasma".
Até que um dia Adão, um mulato decidido gaúcho domador de cavalos, enfezou-se resolveu encarar o "fantasma". Numa noite, armou-se de um porrete e ficou na "campana", observado a fileira de casas, de onde geralmente surgia o "fantasma" . E deu sorte! Viu o "fantasma" se esgueirando, casa por casa, até que porta de uma delas abriu-se, se qualquer barulho para o "fantasma" entrar. Aproximou-se da casa e aos poucos foi percebendo uns ruídos estranhos, uns gemidos, uns "ais" diferentes, saindo de dentro da casa. O gaúcho sossegou e percebeu tudo!
Uma hora mais tarde, saiu o "fantasma". Era um operário que visitava a viúva moradora daquela casa e para afastar os curiosos e as "comadres" fofoqueiras, cobria-se com um lençol e assombrava a vizinhança para "namorar" mais discretamente a viúva solitária.